Nada aquém de brilhante, nada além de perfeito. Tal é a definição das obras de Machado de Assis, em minha opinião. A riqueza de vocabulário, aliada ao mais perfeito equilíbrio com a clareza das narrativas levam-me à conclusão – ainda que desconheça todos os autores clássicos brasileiros – de que este certamente abre vantagem sobre qualquer outro, em se tratando de qualidade literária.
O Alienista,
conto magnífico, elaborado sobre questionamentos acerca de sanidade mental,
apresenta características analíticas que vão desde hábitos diários a questões
morais: pessoas de conduta exemplar são realmente “normais”? Manias aparentes e
às vezes desconcertantes atos poderiam atestar insanidade?
A obra
encerra em si o poder de nos levar a refletir sobre vaidades, Ciência, crenças
e obviamente, a linha tênue que separa insanidade de loucura. Uma delícia que
se saboreia em poucas horas, cuja digestão certamente leva muito mais tempo,
graças à irrecusável entrega a que Machado de Assis nos submete.
Petisco: Maluco Beleza, de Raul Seixas.