sexta-feira, 7 de setembro de 2012

A Morte do Idealismo


Sete de setembro. Dia da Independência do Brasil. Uma data histórica, uma data simbólica. Simbólica pois estamos longe de adquirir a realidade da filosofia de Jean-Paul Sartre de que o homem está condenado a ser livre. Assim sendo, ouso dizer que o povo brasileiro está amarrado: amarrado à excitação dos sentidos, ao consumo exacerbado, ao anestesiamento político, ao culto à falta de valores, à “necessidade” de ser aceito, à continuidade precipitada do julgamento, ao esquecimento do “próprio umbigo”, à negação das forças naturais regentes e por isso mesmo também à descida ininterrupta ao abismo do orgulho e do egoísmo.

Como sair de um labirinto se nem ao menos se percebe que está nele? Somos induzidos a pensar a todo o tempo que somos “donos do nosso nariz”, que compramos o que queremos, que escolhemos nossas cervejas, roupas e modelos de celular, que elegemos os representantes de nossa sociedade. Será que nenhuma telenovela nos diz o que comprar ou como agir? Será que os comerciais são inocentes a ponto de deixar de influenciar nossa opinião e direcionar nosso padrão de consumo? Será que as propagandas políticas são elaboradas a esmo? E por que será que somos obrigados a votar, mesmo havendo a opção do voto nulo?

Até quando vamos viver sem esperanças de nos perceber e nos transformar? Posto que a esperança é a força motriz do ser em evolução e que esta é fundamentada no amor, por que será que insistimos em sufocar o amor que temos por nós mesmos? Quando nos aceitarmos em todos os nossos equívocos e nos respeitarmos a ponto de entender que somos capazes de nos transformar através do amor do Universo e a Ele, então poderemos adquirir independência.


Petisco: Wall-e, longa de animação que nos diz muito sobre o direcionamento de opinião exercido sobre as massas.  

domingo, 2 de setembro de 2012

Sunset Limited


O Sol nasce para si e brilha para todos

Hoje vou falar sobre um filme: Sunset Limited. A princípio uma obra de difícil entendimento: o filme todo se passa em um apartamento suburbano onde todos os cômodos se misturam formando um só espaço. Personagens: um professor e um ex-presidiário homicida.

Agora que o leitor já está ambientado, deixarei os pormenores da obra e vou me ater brevemente aos questionamentos e reflexões a que ela me instigou:

I – se existe um limite entre a razão e a fé, qual seria este limite? Será impossível ter fé mesmo sendo uma pessoa letrada, culta e ciente dos problemas praticamente indissolúveis que a raça humana apresenta e que aparentemente se acentuam a cada dia mais?

II – a mudança de atitude é possível de acontecer mesmo ao mais perverso dos homens, pois todos, sem exceção, temos dentro de nós a centelha Divina, aquela chama que é nossa essência e que dia após dia, pouco a pouco, deixaremos ela se manifestar mais e mais espaço dentro de nosso ser;

III – devemos estar atentos aos sinais que a Vida nos mostra, procurar entender o que acontece ao redor e usar desse entendimento para transmutar nossa energia em atitudes positivas e que beneficiem o próximo, pois ajudar ao outro é a melhor maneira de se ajudar e esta é uma grande verdade;

IV – aceite e trabalhe as suas fraquezas, pois cedo ou tarde você terá de encará-las e vencê-las;

V – nem todos os nossos deveres ou flagelos nós compreendemos, mas inevitavelmente nosso dever é seguir adiante, pois o entendimento virá no momento certo.
 
Crianças, eu poderia continuar por mais e mais tempo, pois gosto de honrar o título de meu blog, mas creio que por hoje já divaguei o suficiente e talvez da mesma forma já tenha aguçado a vontade do caro leitor a conferir o conteúdo da obra, que é uma ficção tão próxima da realidade que chega a ser atordoante. Para terminar, um detalhe: os atores do filme são nada menos do que Samuel L. Jackson e Tommy Lee Jones.
 

Petisco: Beyond the Sunset, de Blackmore’s Night. Uma música que nos leva irresistivelmente a refletir e, escutar depois de assistir a Sunset Limited é como receber um presente. Coincidência que vai além do trocadilho entre os dois títulos. ;-)