Vivemos numa sociedade em que a tristeza é marginalizada e a busca pela satisfação constante é fomentada de tal maneira como se fosse indispensável estar o tempo todo feliz... e como se fosse possível. Logo, a existência da tristeza ainda é contestada, porém sua utilidade é inegável.
Estar triste é indesejado, ninguém deseja se sentir mal, mas assim como todos os outros sentimentos, ficar triste é algo que surge sem que a gente escolha, algo como uma reação instintiva a determinado estímulo associado ao estado emocional do momento em que ele, o estímulo, ocorre.
Você não precisa ser adepto à ideia de forçar um comportamento, afirmando o tempo todo que é feliz para tentar se convencer. Não é bem assim que funciona; existem inúmeros fatores internos tão emaranhados que nos impede de simplesmente alterar o humor a partir de um único comando.
O que também não justifica prolongar o sentimento de tristeza emendando numa autopiedade, dependência afetiva, abusos de substâncias químicas e atitudes intempestivas que podem trazer danos maiores e permanentes.
Tudo é de se sentir e de se viver. Alegria e tristeza podem ser antagônicas, mas são complementares. Assim como todos os opostos da Natureza. Quando a gente se permite aceitar no momento em que a tristeza chega, progressivamente, os momentos de alegria tendem a ser mais lúcidos também.
Petisco: Ludovico Einaudi, Waterways. Uma belíssima música instrumental que faz a gente passear por dentro de nós mesmos.
Petisco: Ludovico Einaudi, Waterways. Uma belíssima música instrumental que faz a gente passear por dentro de nós mesmos.