sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Bravo!


Acordar, despertar o corpo, cuidar da mente. O CCSP (Centro Cultural São Paulo) promove concertos gratuitos aos interessados. Clássicos do Domingo, nome dado à programação, caracteriza uma ótima oportunidade para aqueles que procuram um programa diferente e sadio.

A música clássica possui a propriedade de elevar o nosso ser: sem sairmos do lugar, somos capazes de nos transportar a outras dimensões, onde as sensações corpóreas deixam de existir e a vida torna-se plena por alguns instantes.

De acordo com Nicholas Hudson*, biólogo da Australian Commonwealth Scientific and Industrial Research Organization, o cérebro comprime a informação musical assim como um software de computador faz com um arquivo de áudio: ele identifica padrões e remove dados desnecessários ou redundantes. A música clássica, por exemplo, pode parecer complexa para quem ouve, mas o cérebro consegue encontrar padrões para o trabalho de compressão. Pouca coisa é descartada e o esforço realizado nessa compressão gera maior satisfação após realizado.

Esse novo horizonte de percepções está disponível ao caro leitor. Para acompanhar a programação, basta acessar o site do Centro Cultural ou adquirir um exemplar da revista Em Cartaz, distribuída gratuitamente em diversos pontos da cidade de São Paulo (confira a relação de locais para adquirir a sua). A divulgação mensal de diversas atrações culturais está presente nessa revista, incluindo a programação do CCSP. Então quem sabe um dia nos encontramos por lá? Bom passeio!


Petisco de hoje: Chopin! Sou leiga, mas até os melhores admiram.

*colaboração do site Música e Adoração.



quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Ro... rodando não... ródando!



Comemoração do primeiro aniversário do Curupira Moto Clube: membros oficiais, convidados e plateia compartilhando o espaço: festa pacífica e aberta ao público, ao som de muito rock n' roll.

Tempos atrás morei em um bairro tranquilo: a paisagem variava entre mercearia, quitanda, alguns mercadinhos, igreja, sapateiro, lojas que só são abertas após as 9h. Tudo muito pacato. Mas certamente o local que mais me chamou à atenção nos últimos tempos foi uma adega. Não pelos produtos em si nem mesmo pela decoração característica, mas em princípio pela... digamos... prestação de serviços.

A adega do Mario, como é conhecida por moradores do bairro, é também sede do Curupira Moto Clube (CMC) que, nascido da idealização do presidente Caio José de Oliveira, completou no último dia 25 seu primeiro aniversário.

Dois dias após o evento alusivo a essa data, estive na sede do Clube – local que visitei timidamente pela primeira vez há seis meses, sob o verdadeiro pretexto (diga-se) de comprar água – e conversei com alguns de seus integrantes, entre eles o próprio presidente. Durante a entrevista, que fluiu como um verdadeiro bate-papo, foram abordados diversos aspectos, desde a origem dos moto clubes até o futuro do próprio Curupira.

É comum confundir motoqueiros com motociclistas, pois a diferença básica entre os dois é que o motoqueiro geralmente utiliza a motocicleta como meio de trabalho e a pressão que há sobre sua atividade profissional acaba por prejudicar sua rotina e até mesmo a própria saúde do condutor e, como numa espécie de efeito dominó, o estresse do dia-a-dia, aliado a outros fatores sociais, refletem em seu comportamento, caracterizando-o como uma pessoa difícil de lidar. Desunião e falta de espírito de equipe contribuem para se enquadrar a esse perfil, contrário ao do motociclista que, a par das normas da estrada, respeita-as e desfruta de seu lazer de maneira consciente e saudável.

Em 1948 foi fundado o Hells Angels Motorcycle Club (HAMC), nos Estados Unidos, nome inspirado em esquadras existentes nas duas Grandes Guerras, mais conhecidas como Primeira e Segunda Guerras Mundiais. Os integrantes, a princípio, estavam associados a crimes como tráfico de drogas, extorsão e roubo de mercadorias, frequentemente utilizando o uso ilegítimo de violência. Crânios reais, utilizados para adornar as motocicletas, ajudavam a criar uma imagem desafiadora e feroz diante da sociedade.

“O crânio ou a caveira em si também estão associados à naturalidade em lidar com a morte, sendo esta nada além de uma passagem entre este orbe e outros”, observa Wallace Andrade, também conhecido como Carvão entre os membros do CMC.

O nome Curupira é inspirado na personagem do folclore brasileiro, protetor da fauna e da flora, astuto e bem-humorado. E por falar em bom humor, neste momento da entrevista um dos integrantes brinca: “Saci seria um nome complicado, porque seria inviável pilotar uma moto com um pé só”. Outro argumento para a escolha deste nome foi a americanização que atualmente se observa Brasil afora. Nesse ponto de vista, verifica-se também uma maneira que os integrantes do Clube utilizaram para valorizar a cultura do país.

O Curupira Moto Clube é estruturado seguindo princípios de companheirismo e civilidade, baseados nos códigos da estrada. Além dessa organização, o próprio colete sinaliza a hierarquia: cada uma das figuras costuradas nele funciona como uma verdadeira insígnia, às quais os integrantes são capazes de se reconhecer dentro da cadeia de comando apenas pelo estímulo visual. Os membros são convidados a fazer parte da equipe e o convite somente é realizado após uma verdadeira investigação social acerca do candidato: comportamento, disposição e proatividade são alguns dos critérios utilizados na hora de se aprovar um novo membro da equipe, que só recebe insígnias novas após períodos predeterminados de tempo, conforme é submetido a novas provas de conduta e sociabilização.

Tanto empenho em assegurar a boa imagem do Curupira inevitavelmente acarretaria em projetos de expansão de benfeitorias. Logo, o Clube marca presença em ações beneficentes de amparo a idosos e auxílio a crianças portadoras do vírus HIV. “Muitas outras ações estão por aí”, garante o presidente do CMC.

Vida longa ao Curupira!


Petisco do dia: Não Pare na Pista. "Ê, Raulzito!"