sexta-feira, 23 de setembro de 2011

As “cores de inverno”


Hoje inicia-se a primavera: a estação mais florida do ano. Renascimento e renovação do ciclo são símbolos dessa estação. Na decoração: flores. Na gastronomia: flores. Nas lojas de roupas: flores. O que mais me impressiona é a capacidade que nós temos de nos deixar moldar (refletindo no nosso guarda-roupa) de acordo com a estação. É óbvio que se estiver frio vamos procurar reter o calor usando blusas e calças e toda a sorte de acessórios que nos seja permitido. O que me chama à atenção mesmo são as cores.

O mercado nos faz engolir a ideia de que quando o tempo esfria tempos que usar preto, cinza e marrom: "é chique, elegante". Na primavera o nosso astral muda não só por causa do aumento da temperatura em si, mas também (e é um fator importantíssimo) pelo fato de as cores nas nossas composições de vestuário serem mais brandas, alegres, suaves.

Ora, a exemplo das grandes cidades às quais para onde se olha vê-se prédios e indústrias, enfim: muito concreto (cinza) e pouquíssima natureza (verde), podemos concluir que o ambiente em si já é demasiado desfavorável à manifestação de espontaneidade e leveza. Daí como que num acordo silencioso procuramos nos incorporar àquilo que chamamos de “tendência”, assim evitaremos julgamentos: “Olha a cor daquele sobretudo”, “De onde ela tirou aquela calça cor-de-rosa?”. Ser excluído de rodas sociais nem sempre é tão duro. Pior mesmo é cultivar uma vida gris!



MENU DE HOJE

Entrada: beber um copo de água com os olhos fechados.

Prato Principal: Rainbow in The Dark, do Ronnie James Dio.

Acompanhamento: reflita: “Como posso deixar de ser um arco-íris na escuridão?”

Sobremesa: faça-me pensar também: compartilhe sua opinião comigo!