Independente do quão densa pareça a neblina, eu sei que existe um Sol atrás das nuvens.
Hoje acordei e a manhã estava assim, com o céu todo encoberto, cinza bem clarinho, tão sutil que eu pensei que estava garoando.
Eu particularmente acho um charme ver o dia nublado, porque é como se o Sol estivesse discreto, sem pretensão de chegar com tudo a ponto de incomodar as pessoas. Ele está lá, afinal o dia está claro, mas não precisamos sofrer por causa disso e queimar nossa pele!
Com a gente também é assim: nós temos luz, tanta e tão forte que mal podemos acreditar quando algo inexplicavelmente fantástico acontece! Mas a gente esquece.
Tem dia que a gente esquece da luz, do Sol, da vida e só enxerga névoa, cinza, neblina. O dia claro é opaco ou o Sol que brilha arde, mas pra gente tanto faz. Tem dia que tudo tanto faz.
Aí vem a noite e convida, envolve e as horas passam. Um momento de sono acontece e o dia seguinte se mostra tal qual como você se sente: com o Sol escondido. "Finalmente alguém como eu! Opaco, cinza, turvo,
sutilmente úmido,
fresco,
novo,
limpo..." Então eu percebi ali, naquele cumprimento matinal, que eu e o dia, em tudo o que somos, ambos podemos estar plenos!
Hoje quando acordei percebi que estava ultimamente tentando guardar minha luz só pra mim mesma, escondendo o meu brilho como se eu precisasse economizar energia, como se meu estoque fosse limitado.
Mas se o Sol é todo luz, energia e vida, não há o que precise esconder ou poupar! Há apenas o que irradiar, espalhar, vivificar, trocar, que a fonte se renova!
Nos dias em que o Sol se guarda, dentro ou fora do meu peito, existe sim a paz e tudo de bom que a vida irradia, porque independente do quão densa pareça a neblina, eu sei que existe um Sol atrás das nuvens.
Petisco: Carry on, do Angra. Fabulosa!
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